VIOLÊNCIA NO CONTEXTO
UNIVERSITÁRIO: REVISÃO INTEGRATIVA
Zeyne Alves Pires Scherer; Paloma
Tamaris Rossi - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP
Edson Arthur Scherer - Hospital das Clínicas de Ribeirâo Preto - FMRP/USP; Neurociências e
Ciências do Comportamento; Médico Psiquiatra
Introdução e justificação: A violência nas escolas (ensino fundamental e médio) é um problema social
grave, complexo e, provavelmente, o tipo mais freqüente, visível e pesquisado
da violência juvenil. No ambiente universitário, a tendência esperada seria a
de encontrar realidade semelhante. Assim, justifica-se conhecer o que foi
produzido em relação à violência nas instituições universitárias.
Objectivos: Objetivamos identificar produções científicas sobre violência no contexto
universitário, publicadas em português ou espanhol nos últimos 10 anos.
Metodologia: Consultamos as bases de dados LILACS, IBECS, SciELO e Latindex. Utilizamos
os descritores: violência, ensino superior, coerção, estudantes, agressão e
saúde mental. Realizamos a
revisão integrativa dos artigos com base nas
seguintes informações: ano de publicação, idioma, caracterização dos autores,
tipo de abordagem metodológica e o objeto de estudo.
Resultados: Selecionamos 13 artigos publicados de
Conclusões: Há poucos estudos sobre violência na universidade publicados em português
ou espanhol nos últimos 10 anos. Todos os artigos selecionados mencionaram
preocupação com os efeitos da violência sobre a saúde dos sujeitos.
Bibliografia:
- PERALES, A.C.; SOGI, C.U.;
MORALES, R. Salud mental de estudiantes de Medicina de
- OSORIO, D.M. Violencia en el
ámbito universitario: el caso de la Universidad Nacional de Colombia. Rev. Salud Pública. v.7, n.2, p.157-165, 2005.
- KIENEN,N.; BOTOMÉ, S.P. As relações entre
controle sobre o trabalho e condições de saúde de alunos universitários.
Interação em psicologia. v.7, n.2. p.11-22, 2003.
- DELA COLETA, J. A.; MIRANDA NETO, H. C. O
rebaixamento cognitivo, agressão verbal e outros constrangimentos e
humilhações: o assédio moral na educação superior. 26ª Reunião Anual da
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação, Poços de Caldas.
ANPED- Anais, 2003.
A DIMENSÃO SUBJETIVA DA VIOLÊNCIA
MANIFESTADA POR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ATIVIDADE GRUPAL
Zeyne Alves Pires Scherer - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Silvia Antunes Cocenas - Escola de Enfermagem de Ribeirão
Preto - USP
Edson Arthur Scherer - Hospital das Clínicas de Ribeirão
Preto – FMRP/USP; Neurociências e Ciências do Comportamento; Médico Psiquiatra
Amanda Gregório - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Tainy Benassi - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Introdução e justificação: A escola constitui um espaço de reflexão sobre temas que envolvem crianças,
jovens, pais e professores, além das relações que se estabelecem na sociedade.
Nesta instituição podem surgir diversos tipos de violência, desde a física até
a psicológica. Diante disto, iniciamos um projeto inserido no Programa
“Aprender com Cultura e Extensão” da Pró-Reitoria
de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo,
em uma escola pública de ensino fundamental de Ribeirão Preto. No intuito de
investir na promoção da saúde física, mental e social dos alunos são oferecidos
grupos de atividades estruturadas: jogos, dinâmicas e vivências grupais,
coordenados por 2 acadêmicas do curso de Bacharelado em Enfermagem da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto.
Objectivos: Neste estudo é apresentada a dimensão subjetiva da vivência da violência em
um dos encontros, realizado com 15 alunos (idades de
Metodologia: O tema trabalhado foi a percepção dos alunos sobre a escola e a escola que
gostariam de ter. Foi proposto fazer uma colagem com recortes de revista com
base na questão “como cada um percebe a escola com e sem o projeto de
extensão?”.
Resultados: A análise das colagens e do diário de campo das coordenadoras revelou que
no início da tarefa alguns alunos mostraram dificuldades em compreendê-la e em
interagir com o outro (confrontos e agressões verbais). No trabalho que
representava a escola sem o projeto colaram figuras de violência, guerras,
dinheiro, e fotos de autoridades culpando o governo pela situação atual do
ensino. Na escola com o projeto colaram figuras de pessoas felizes, salas de aula
limpas e organizadas, representando paz, felicidade e outros sentimentos bons.
Conclusões: A utilização de diferentes estratégias e materiais com crianças e
adolescentes possibilita explorar as diversas formas de criar, desenvolver e
manifestar sentimentos, pensamentos e fantasias dos mesmos. Com estes recursos
é facilitado o processo de reflexão sobre temas como a violência.
Bibliografia:
- CHARLOT, B. A violência na escola: como os
sociólogos franceses abordam essa questão. Interface – sociologias, n.8,
p.432-43, 2002.
- FALEIROS, V.P.; FALEIROS, E.S. Escola que
protege: enfrentando a violência contra crianças e adolescentes Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade, 2007.
- MARRIEL, L.C.; ASSIS, S.G.; AVANCI, J.Q.;
OLIVEIRA, R.V.C. Violência escolar e auto-estima de adolescentes. Cadernos de
pesquisa, v.36, n. 127, p. 35-50, 2006.
- WINNICOTT, D.W. O Brincar e a Realidade. Rio de
Janeiro: Imago Editora, 1975.
- ZIMERMAN, D.E. Fundamentos Básicos das
Grupoterapias. Porto Alegre: Artmed, 2000.
GRUPO DE ESTUDOS INTERDISCIPLINAR
SOBRE VIOLÊNCIA (GREIVI): A CONSTRUÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS
Zeyne Alves Pires Scherer - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Edson Arthur Scherer – Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – FMRP/USP; Neurociências e
Ciências do Comportamento; Médico Psiquiatra
Emily de Souza Abrahão - Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto; Secretaria Municipal da
Assistência Social de Ribeirão Preto; Psicóloga
Luciana Aparecida Cavalin - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia ; Serviço Social e
de Psicologia; Psicóloga
Milena Ferraz Aud - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia ; Serviço Social e
de Psicologia; Assistente Social
Introdução e justificação: As repercussões da violência na sociedade e na saúde mental dos indivíduos
têm mobilizado profissionais e alunos de diversas áreas do conhecimento a
desenvolver pesquisas para o seu entendimento, a busca de sua causalidade, a
sua mediação e o seu controle ou combate.
Objectivos: Neste trabalho apresentamos o Grupo de Estudos Interdisciplinar sobre
Violência (GREIVI) que desde 2006 desenvolve ações de pesquisa, ensino e
extensão relacionadas às repercussões na saúde mental dos indivíduos envolvidos
como vítimas ou perpetradores de diferentes expressões de violência (gênero;
contra a criança, adolescente e idoso; nas escolas; no ambiente de trabalho e
no cárcere).
Metodologia: Descritivo. Relato de experiência.
Resultados: O grupo é aberto e seu prazo de duração é indeterminado. Os encontros tem
duração de 1:30 h e são realizados quinzenalmente em salas da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto (USP). Os temas a serem discutidos são previamente
selecionados pelos coordenadores ou sugeridos ao final de uma reunião,
atendendo os interesses e necessidades dos participantes. O funcionamento dos
encontros segue o modelo de grupo operativo, modalidade grupo de discussão,
cujo objetivo é fazer circular o saber de cada participante, despertar
associações e formar conhecimento, horizontalizando o saber e a prática de cada
um. Buscamos apoiar e manter a tarefa do ensino-aprendizagem em um processo
dialético, dinamizando e relativizando os papéis, abrindo possibilidades de um
ensino e de uma aprendizagem mútua e recíproca. Os coordenadores participam de
forma ativa das discussões, além de facilitar, esclarecer, evitar
monopolizações e polêmicas, e procurar impedir a verticalização ou
hierarquização do saber. Para fundamentar o entendimento acerca do fenômeno da
violência, foram estabelecidas discussões sobre seu conceito, classificação,
causalidade, fatores relacionados, tipologia, entre outros. Além disso, foram desenvolvidas
pesquisas e um projeto de extensão. São objetivos do grupo, divulgar os
resultados de suas pesquisas, promover seminários e outros encontros.
Conclusões: O GREIVI com sua perspectiva interdisciplinar promove diálogos entre
estudantes e profissionais de diferentes disciplinas e saberes em espaços
coletivos de discussão e reflexão para produzir estudos integrados e
articulados com estas diversas áreas. Aborda a questão da violência baseada na
cooperação e compartilhamento dos saberes, na busca por novas posturas
epistemológicas e metodológicas que não sejam apenas a justaposição de idéias e
métodos.
Bibliografia:
- FERNANDES, W. J.; SVARTMAN, B.; FERNANDES, B. S.
(Org.). Grupos e configurações vinculares. Porto Alegre, Artmed, 2003.
- MINAYO, M. C. S. Violência e saúde. Rio de
Janeiro, Fiocruz, 2006.
- PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. São Paulo,
Martins Fontes, 1991.