DIZ NÃO À VIOLÊNCIA –
UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA
Cristina Isabel Reis
Duarte - Enfermeira Especialista
Ana Catarina Paulo
Domingues - Enfermeira Especialista em Saúde
Comunitária ACES Baixo Mondego II- UCSP de Soure.
Introdução: A
violência escolar é um fenómeno de origem multi-causal que engloba
manifestações variadas desde a delinquência, o vandalismo, a indisciplina ou o
“bullying”. Actualmente e tal como vários indicadores vêm sugerindo, a agressão
em contexto escolar caracteriza-se por um fenómeno existente
Objectivo: Promover
o desenvolvimento de intervenções dirigidas a comportamentos violentos nas
escolas; sensibilizar pais alunos e professores para a problemática da
violência, promover o despiste precoce e correcto encaminhamento das situações
de violência.
Metodologia:
Desenvolvimento e síntese a partir da pesquisa bibliográfica realizada.
Resultados: Para além
de um primeiro contacto conceptual, a pesquisa bibliográfica permitiu:
compreender e categorizar o Bullying (Bullying directo e Bullying indirecto),
caracterizar os Bullies (indivíduos agressores), compreender as diferentes
tipologias associadas ao bullying, nomeadamente na perspectiva das acções e das
técnicas utilizadas (insulto, ataque físico, boato negativo, dano material,
isolamento social, etc.), caracterizar os locais habituais desta prática
(recreio, etc.), o tipo de efeitos que o Bullying tem sobre os indivíduos
agredidos (ansiedade, problemas gástricos, depressão, etc), compreender e
conhecer o fenómeno em Portugal (tomada de conhecimento de estatísticas
variadas), e finalmente conhecer quais as estratégias de intervenção defendidas
pela comunidade científica e organizações internacionais, como a OMS.
Conclusão: A escola
deve ser um local tranquilo, de bem-estar e de aprendizagem, pelo que deverá
ser também um dos principais impulsionadores do combate ao bullying Para
implementar um projecto de intervenção nesta área é necessário que a escola
reconheça o problema, que o integre como prioridade no seu projecto educativo e
que os problemas sejam partilhados e reconhecidos por todas as partes
envolvidas.
Neste sentido é de extrema importância
que se crie um grupo de trabalho que sistematize a intervenção e defina quais
as prioridades.
Bibliografia:
- Carvalhosa, S. F., Lima, L. e Gaspar
de Matos, M. (2001), Bullying – A provocação/vitimação entre pares no contexto
escolar português, in: Análise Psicológica, nº 4 (xix): 523-537.
- Direcção-Geral da Saúde (2006),
Programa Nacional de Saúde dos Jovens 2006-2010, Lisboa.
- GTVE – Grupo de Trabalho “Violência
nas Escolas” (2007), Relatório Final, Comissão de Educação, Ciência e Cultura,
Assembleia da República, Lisboa.
- Martins, M. J. (2004), Agressão e
vitimação entre adolescentes em contexto escolar – um estudo empírico, in:
Análise Psicológica, nº 4 (xxiii): 401-425.
- Ministério da Saúde (2004), Plano
Nacional de Saúde 2004-2010, vol. 1- Prioridades, Direcção-Geral da Saúde,
Lisboa.
- Ministério da Saúde (2006), Plano de
Acção 2006-2008, Administração Regional de Saúde do Centro.
- Ministério da Saúde (2007), Saúde
Escolar – Programa Nacional de Saúde Escolar, Direcção-Geral da Saúde
- OMS – Bureau Regional para a Europa
(2002), Saúde 21: Uma introdução ao enquadramento político da saúde para todos
na Região europeia da OMS (trad. de Sofia Abecasis), Lusociência, Lisboa.
- Olweus, D. (1991),
Bully-victim problems among schoolchildren: basic facts and effects of a
School-based intervention program.
- Olweus, D. (1993),
Bullying at School, Blackwell,
- Olweus, D. (1994),
Annotation: Bullying at School: Basic facts and effects of a school based
intervention program, in: Journal of Psychology and Psychiatry, 43 (7):
1171.1190.