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Nome da revista:  Revista de Enfermagem Referência IVª Série
Edição:  Edição N.º6
Data da edição:  2015-09-23
Comentários: 
Editorial:  Os cuidados de saúde inteligentes estão iminentes: chegou o momento de os enfermeiros assumirem o controlo
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) têm impacto em quase todas as áreas da vida humana, e a utilização da internet para fins de saúde tem vindo a crescer anualmente. A digitalização altera a forma de acesso ao conhecimento e a utilização dos serviços de saúde de uma forma inesperada. O papel dos cidadãos/doentes tem vindo a alterar-se, passando de um papel de utilizador passivo de serviços e recetor de informação para um papel ativo de promotor da saúde e profissional capacitado ao nível do autocuidado. De acordo com um estudo de avaliação realizado no ano passado, os cidadãos gostariam de ter acesso online aos resultados das suas análises laboratoriais, aos seus processos e prescrições, renovar as suas receitas online, marcar consultas, ter acesso a informação fiável sobre saúde e bem-estar e a recomendações sobre cuidados, bem como ter acesso a um diretório eletrónico de serviços. Esta evolução é já uma realidade em muitos países.
Em quatro   países nórdicos, é dada ênfase aos cuidados de saúde centrados no cidadão e foram construídos ou estão em processo de desenvolvimento  serviços virtuais. Na Finlândia existem vários serviços que atribuem ao doente um papel fundamental no seu percurso pelos serviços de saúde, como por exemplo o National eArchive (sistema Kanta) com os processos clínicos eletrónicos dos doentes. Com a ajuda de cartões de identificação eletrónicos ou certificados móveis, os cidadãos têm acesso através do eArchive às páginas My Kanta, que lhes permitem visualizarem principalmente prescrições eletrónicas (prescrições, sínteses impressas das prescrições, compra de medicamentos e registos de acesso de utilizadores) e processos clínicos eletrónicos (informação sobre diagnósticos, encaminhamento e alta, períodos de tratamento, resultados laboratoriais, informação sobre exames radiológicos e medicação). O acesso aos dados pessoais de saúde é também usado para gerir o consentimento no sistema KanTa. Os doentes podem também monitorizar o acesso aos seus dados através de um instrumento de auditoria. A visão de futuro é a de fazer com que seja mais fácil para os cidadãos assumir a responsabilidade pela sua saúde e bem-estar e prevenir diversos problemas de saúde. Este planeamento é feito utilizando a Internet como personal trainer do cidadão. Os planos envolvem a utilização de exames médicos virtuais, o tratamento de dados pessoais para criar instruções, ou a oferta de programas de tratamento que promovam a saúde e o bem-estar. O plano de saúde virtual incentiva os cidadãos a seguir instruções e oferece-lhes recompensas em termos de monitorização positiva de acompanhamento e resultados. Um guia do serviço virtual iria encaminhar um cidadão para o prestador de serviços mais adequado em função da necessidade de serviços e dados comparativos.
Na Dinamarca, o acesso aos serviços públicos de saúde é gratuito e equitativo; há cobertura universal, o que significa um sistema igual para todos, e o estado está a investir cada vez mais no desenvolvimento de melhores cuidados de saúde através de “tecnologias de capacitação dos doentes”. Existe um portal público online - Sundhed.dk - para que doentes e profissionais de saúde possam encontrar informações e comunicar entre si.
 
O modelo TIC de cuidados de saúde na Suécia pretende reforçar a posição do doente e criar um bom acesso aos cuidados de saúde. O modelo prevê que os cidadãos possam aceder a todas as informações pessoais e desempenhem um papel ativo em termos dos cuidados pessoais e dos cuidados de saúde. Além disso, o modelo considera o doente como um membro de pleno direito da equipa de saúde. O cidadão pode, por exemplo, marcar uma consulta, consultar e renovar prescrições, solicitar análises domiciliárias, seguir os seus encaminhamentos e ler os resultados dos exames. Os suecos têm acesso ao  National Health Care Portal - 1177.se -, que oferece, entre outras coisas, milhares de artigos sobre cuidados de saúde, doenças, sintomas, medicamentos e tratamentos e 10 000 perguntas anónimas que foram respondidas por médicos. Além disso, existe um serviço designado de 1177-Health Advice by Phone. Se os cidadãos necessitarem de conselhos de saúde, podem ligar para o 1177 a qualquer hora do dia, ao longo de todo o ano, de qualquer lugar  na Suécia. Em média, 440 000 suecos telefonam para o 1177 mensalmente.  
De acordo com os resultados do acompanhamento, 50% recebem orientações sobre autocuidado e os outros 50% são encaminhados para o nível correto de cuidados. Mais de 90% estão satisfeitos e seguem as recomendações.  Em 2013, na Noruega, 78% das pessoas utilizaram algum tipo de serviço de saúde online. Isto significa que os noruegueses querem ter e utilizar serviços de saúde online semelhantes aos de outros países nórdicos.
Fora do sistema de saúde, o ser humano é capaz de se monitorizar devido ao número crescente de tecnologias avançadas e diferentes aplicações destinadas ao  autocuidado e ao bem-estar pessoal. A abordagem do Quantified Self pode ser definida resumidamente como um aprofundamento do autoconhecimento através da automonitorização. Uma pessoa segue alguma coisa que lhe interessa. A tecnologia está a permitir a exploração de soluções. Por conseguinte, todos somos capazes de desempenhar o papel de cientistas e o limite das descobertas é apenas a nossa imaginação.
A Internet das Coisas (Internet of Things-IoT) tem assistido a uma revolução nos cuidados de saúde. Os sensores - tecnologia ubíqua – que são adicionados aos telefones, óculos, roupas e até mesmo implantados no interior do nosso corpo irão fornecer uma visão geral do nosso corpo. Será possível assim compreender melhor as causas e os mecanismos subjacentes à saúde e à doença.  As soluções IoT incentivam a capacidade de monitorizar a saúde e prevenir, detetar, tratar e gerir a doença. Além disso, os dispositivos ajudam as pessoas  a manterem-se ativas e saudáveis, e representam  uma oportunidade de testar novos  modelos e ferramentas para a saúde e a prestação de cuidados. A saúde pode ser divertida, por exemplo automonitorização através de “gamificação”. Os cidadãos apenas transformam as atividades de vida diária em jogos, atribuindo troféus e pontos, e as aplicações inteligentes incentivam pessoas de todas as idades a competir com os seus amigos ou a participarem em jogos a nível mundial.
As pessoas que recolhem dados sobre saúde e bem-estar fazem parte dos designados Big data, cujo conceito é brevemente utilizado para descrever o crescimento exponencial e a disponibilidade de dados. Os Big data estão a ser cada vez mais recolhidos por vários dispositivos móveis baratos de deteção de informação e através da Internet, por exemplo, grandes conjuntos de dados.
 
Existe algum motivo para recolher dados pessoais de diferentes formas? A resposta pode ser sim e não. Para fins relacionados com a saúde e o bem-estar, as pessoas querem recolher os dados. Os profissionais de saúde qualificados têm sempre  um motivo para a recolha e utilização dos dados. Além disso, os dados deveriam apenas ser recolhidos após o consentimento da pessoa. O cidadão comum pode apenas recolher dados para entretenimento ou por curiosidade. Quem irá armazenar e assumir responsabilidade pelo volume de dados? As informações extraídas dos Big data também permitem aos profissionais de saúde compreenderem as necessidades da população que servem, o funcionamento dos serviços e tratamentos versáteis, bem como as necessidades e o historial clínico das populações de quem cuidam. Mas existem mais desafios, tais como a proteção e o armazenamento seguro dos dados pessoais. As ferramentas de mineração de dados e os métodos de utilização dos dados são desenvolvidos rapidamente. São necessários regulamentos e normas internacionais. Para isso é necessário um planeamento claro e cuidadoso de novos serviços na área dos cuidados de saúde. A informação permite perceber de que forma se pode melhorar a saúde, saber quais são as opções ao nível dos cuidados e tratamentos e avaliar pessoalmente a qualidade dos serviços.
Estão a ser criadas novas tecnologias para conectar os dispositivos numa rede. A integração de novos sistemas na tecnologia existente é um processo de mudança incremental que demora tempo e exige uma formação contínua. Os enfermeiros precisam de aprender novas formas de trabalhar e estar a par das mudanças geradas pela tecnologia. A literacia digital em saúde por parte dos doentes/cidadãos, bem como a “disponibilidade da tecnologia” são aspetos essenciais para o sucesso da implementação das tecnologias inteligentes. Para além disso, as relações enfermeiro/doente serão mais interativas e ambos poderão usar a tecnologia para obterem melhores resultados de saúde.


Pirkko Kouri
PhD, PHN, RN, Principal Lecturer em Healthcare Technology, Savonia University of Applied Sciences, Finlândia International Society for Telemedicine eHealth, Membro do Conselho de Administração
e Health Strategic Advisory Group, ICN, Membro International Medical Informatics Association-Nursing Informatics Education WG, Membro Finnish Society of Telemedicine and eHealth, Secretária
Regional Cancer Association, Presidente do Conselho
Ficha técnica:  Ver ficha técnica

Secção Artigo
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