Ao longo de três meses foi para eles a escola, a casa e, porventura, até mesmo uma extensão da família. A 17 de Julho, uma dezena de estudantes angolanos despediu-se da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), onde desenvolveu actividades curriculares, teve contacto com o ensino em laboratório, observou e participou no aperfeiçoamento de técnicas e de procedimentos.
Os jovens finalistas do Instituto Superior de Enfermagem da Universidade Agostinho Neto, com idades entre os 24 e os 37 anos, receberam algumas formações na ESEnfC, por exemplo em suporte básico de vida e em suporte imediato de vida, mas também participaram em variadas actividades de formação cívica promovidas pela instituição de Coimbra.
«Nós levamos daqui uma grande experiência. Foram momentos inesquecíveis, tanto ao nível da formação, como a nível pessoal», afirma Tiago Abel, representante deste núcleo de quartanistas da Universidade Agostinho Neto.
Para este estudante, que à semelhança da generalidade dos colegas já exerce Enfermagem em Angola - o país africano começou por formar enfermeiros de nível básico e médio -, na ESEnfC, além de participarem em actividades lectivas, puderam despertar para «outras situações que servem para a vida futura de um profissional de Enfermagem, que vai lidar com o povo».
«Podemos dizer que estes três meses valeram-nos muito, porque conseguimos transmitir o que somos e ganhámos tirando daqui muita coisa. Valeu a capacidade científica dos docentes que nos passaram vários conhecimentos relacionados com a Enfermagem. O enfermeiro tem de ter uma visão holística, abrangente, e é esta visão que encontrámos cá, nos enfermeiros e nos docentes de Enfermagem. Vamos transmitir isso aos nossos docentes», refere Tiago Abel.
Durante os últimos três meses, os estudantes angolanos estiveram alojados na residência da ESEnfC e realizaram estágio curricular (Ensino Clínico) em unidades de saúde da cidade de Coimbra.
Pelo meio, viveram a Queima das Fitas, tiveram oportunidade de conhecer locais de interesse turístico e cultural, de rumar ao Porto, a Lisboa e à Figueira da Foz.
«Valeu a pena», constata Tiago, que é também, desde há 11 anos, funcionário do Ministério da Saúde, na província de Huíla, Lubango - foi administrador do Centro de Saúde do Bula-Matady.
No momento da despedida, o reconhecimento: «Continuem a ser o que são. Encontrámos um grupo muito acolhedor, muito batalhador, que nos mostrou que a Enfermagem não é só aquilo que nós vivemos num dado momento, mas aquilo que formos aprendendo ao longo do tempo».
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