A professora Elisabete Fonseca prestou provas de doutoramento em Novos Contextos de Intervenção Psicológica em Educação, Saúde e Qualidade de Vida, no passado dia 24 de maio, na Universidade da Extremadura (Espanha), tendo sido aprovada, por unanimidade (suma cum laude), ao defender a tese “Autoeficácia dos estudantes de Enfermagem Portugueses. Expressões de crenças de autoeficácia, resiliência e atribuições causais”.
A análise da professora da ESEnfC incidiu, portanto, sobre a eficácia percebida pelos estudantes finalistas para tomarem decisões e porem em prática de forma bem-sucedida aquilo que aprenderam durante os quatro anos da licenciatura. Globalmente, os 802 estudantes do 4º ano que constituíram a amostra – finalistas de Braga, Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Faro – receiam a entrada no mercado de trabalho, questionando-se sobre se aquilo que aprenderam é suficiente para o sucesso. |
Por outro lado, 50% dos respondentes (a colheita de dados foi feita na última semana do curso, em 2010) atribuem um eventual sucesso no desempenho profissional ao esforço pessoal que vierem a imprimir na realização das tarefas.
«Os estudantes que evidenciam maior perceção de autoeficácia são também aqueles que atribuem o seu desempenho a causas internas, estáveis e controláveis e apresentam maiores níveis de resiliência na infância e no estado atual», observa a docente da Unidade Científica-Pedagógica de Enfermagem Fundamental.
Face à adversidade, os estudantes terão de encontrar estratégias que lhes permitam superar situações imprevisíveis, o confronto com o sofrimento, ou com a morte. E é nos colegas (educação pelos pares) que os finalistas de Enfermagem identificam mais e melhores modelos de proximidade, que os ajudam a seguir em frente.
«Do ponto de vista teórico, este estudo reforça a importância de um adequado desenvolvimento das crenças de autoeficácia percebida, já que contribuem para a evolução e sucesso da carreira, sendo por isso fundamental que a formação inicial assegure, não só uma base técnico-científica adequada às exigências de mercado e ao exercício profissional, mas também o desenvolvimento de competências que lhe permitam ser capazes de tomar decisões e confrontar-se com as dificuldades face à incerteza que toma conta do mercado de trabalho», defende a professora Elisabete Fonseca.
Note-se que «o modelo de autoeficácia encontrado apenas explica 27,7% da variabilidade de autoeficácia percebida global, ficando por explicar uma significativa percentagem dessa mesma variabilidade. Num meio tão complexo como é o contexto educativo em geral, e a Enfermagem em particular, acreditamos que existem muitos outros aspetos que podem dar o seu contributo à compreensão da autoeficácia percebida destes estudantes», lê-se na tese de doutoramento.
(Foto de grupo - com a presença da Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento)