Uma explosão numa sala de laboratório e o desabamento do teto de um auditório foram os cenários escolhidos por duas dezenas de estudantes de mestrado da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e cerca de 40 enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para uma formação conjunta, com recurso a cenários de simulação, realizada no dia 6 de fevereiro.
A iniciativa, promovida pelo curso de mestrado de Enfermagem Médico-Cirúrgica - Área da Pessoa em Situação Crítica, em parceria com o INEM, visou «reforçar a importância da resposta coordenada em cenários de emergência, exceção e catástrofe» com vítimas múltiplas.
Naqueles dois momentos específicos, ao longo do dia, enfermeiros-estudantes e profissionais de emergência médica testarem, nas instalações da ESEnfC (Polo A), conhecimentos, protocolos de atuação e outras capacidades de reposta em matéria de suporte imediato de vida (SIV).
Convidado para a sessão de abertura, o Presidente da ESEnfC, Fernando Amaral, referiu «o quão importante» tem sido «o INEM na saúde das pessoas», sublinhando que, nos anos 80 do século XX, a «mortalidade por acidente de viação era avassaladora» e que, atualmente, esses índices «reduziram bastante», muito pela intervenção do organismo do Ministério da Saúde responsável pela coordenação da emergência médica em Portugal e «pela existência de enfermeiros» nessas equipas.
De acordo com o professor Fernando Amaral, «a intencionalidade com que os enfermeiros fazem as coisas» e o «conhecimento abrangente» de que dispõem, constituem um «argumento» que devem utilizar na defesa da incorporação de «mais enfermeiros nas equipas do INEM».
Por sua vez, o enfermeiro diretor do INEM, Rui Campos, elogiou o papel dos enfermeiros no pré-hospitalar, dizendo que «têm uma responsabilidade enquanto profissionais que é única» e «um ónus muito pesado sobre os ombros».
Segundo este responsável, o INEM tem «tentado dar reforços e instrumentos para que esse ónus seja diluído, com capacidade de conhecimento, de crescimento, de experimentação, formação, exercícios e simulacros».
Rui Campos sublinhou, ainda, a importância do «cruzamento de saberes» entre «a academia e parte mais operacional, de quem está no terreno», agradecendo aos alunos de mestrado, por representarem «mais um estímulo» e por «trazerem outras visões» para um «crescimento em conjunto».
Já para os estudantes do curso de mestrado coordenado pelo professor Rui Baptista, «o treino realista de situações críticas é essencial» para que os profissionais de Enfermagem possam «garantir um atendimento eficaz e seguro às vítimas, onde cada segundo conta».
«É especialmente importante para nós, mestrandos desta turma, para que possamos desenvolver as competências preconizadas no perfil de competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica na área da pessoa em situação crítica», afirmou o estudante David Vitória da Silva.
Para o enfermeiro da Unidade Local de Saúde de Coimbra, «este simulacro é mais do que um treino: é um compromisso com a excelência e a segurança dos cuidados que prestamos à população».
[2025-02-28]