Especialização em Enfermagem de Reabilitação

-Identificar as necessidades de cuidados de enfermagem a doentes do foro neurológico traumático, recorrendo de forma sistemática a instrumentos de avaliação adequados a cada situação clínica;
-Elaborar diagnósticos de enfermagem, tendo por base as alterações identificadas, e fazer o respectivo plano de cuidados por escrito e por pessoa a quem prestam cuidados directos, definindo adequadamente as prioridades;
-Executar as intervenções de enfermagem e avaliar os seus resultados;
-Ensinar, instruir, treinar e advogar a adopção de estratégias adaptativas;
-Intervir desde a definição de diagnósticos às intervenções terapêuticas, junto da família, familiares significativos e meio social.

1-Avaliação funcional da pessoa/família/comunidade
2-Exame Neurológico
3-Avaliação ASIA nos LM;
4-Posicionamentos terapêuticos (uso dos diversos decúbitos incluindo o ventral);
5-Mobilizações articulares e exercícios terapêuticos no leito:
-Fortalecimento muscular;
-Alongamentos e encurtamentos selectivos;
-Massagem terapêutica;
6-Treino de equilíbrio;
7-Levante progressivo em plano inclinado lidando com hipotensão ortostática;
8-Transferências;
9-Exercícios em cadeira de rodas e treino de marcha;
10-Treinos de vestir e despir (meias elásticas, roupa, etc, em Lesionados Medulares);
11-Treino intestinal e vesical;
12-Ensinos aos utentes e aos familiares de referência – mobilização, transferências, alimentação, autocontrolo vesical (autoalgaliação) e intestinal, sexualidade, prevenção de riscos, etc;
13-Observação de cirurgia de fixação vertebral (se for oportuno);
14-Colocação de ortóteses de estabilização vertebral.

Para o objetivo 1, incluindo o objetivo 5, para além da utilização de forma sistemática de instrumentos adequados à avaliação diagnóstica, deve fazer-se uma avaliação funcional da pessoa/família/comunidade, um exame neurológico e uma avaliação ASIA nos LM;
-Para o objetivo 3, em conformidade com o objetivo 2, deve programar os posicionamentos terapêuticos, as mobilizações/exercícios articulares no leito (de fortalecimento muscular, de alongamento e encurtamentos selectivos), o treino de equilíbrio e o levante progressivo, o exercício em cadeira de rodas e treino de marcha e os treinos de vestir/despir e intestinal e vesical;
-Para o objetivo 4, os ensinos, instruções e treino devem ser dirigidos, sobretudo, para as respostas mais adequadas aos diagnósticos de enfermagem relacionados com a mobilização, transferências, alimentação, autocontrolo vesical (autoalgaliação) e intestinal, a sexualidade, a prevenção de riscos e a eliminação intestinal e vesical.

O ensino clínico assenta no modelo de ensino tutorial, pressupondo como elementos do processo: o estudante, o enfermeiro tutor e o docente.
Assim, a orientação e avaliação deste ensino clínico é da responsabilidade dos docentes da Escola, que conta com a colaboração dos enfermeiros tutores com especialidade de enfermagem de reabilitação. No entanto, estes procedimentos devem assentar na reflexão e discussão das práticas clínicas, desde a avaliação diagnóstica (neurológica), à conceção dos cuidados de enfermagem de reabilitação, execução do programa planeado e avaliação dos resultados/ganhos em saúde.
No final do ensino clínico, o formando realiza uma reflexão crítica de aprendizagem que é alvo de apreciação/discussão com todos os intervenientes no processo formativo.
A avaliação é contínua, tendo no fim de cada bloco uma apreciação qualitativa, de acordo com a folha de avaliação do ensino clínico, que faz parte integrante do guia orientador dos ensinos clínicos.

Em conformidade com o que foi referido anteriormente, o professor, em articulação com o enfermeiro tutor, planeia e desenvolve estratégias de aprendizagem e de supervisão clínica, envolvendo o estudante, que deve ter um papel ativo na definição da sua aprendizagem. Estes elementos devem reunir com o estudante, em três momentos do percurso de aprendizagem:
-O primeiro momento, no início do ensino clínico, tem como finalidade esclarecer o estudante sobre os objetivos de aprendizagem, os recursos e potencialidades do contexto clínico, e sobre as metodologias e estratégias de orientação, supervisão e avaliação.
-O segundo encontro deve ocorrer sensivelmente a meio do ensino clínico, com o propósito de identificar dificuldades ou constrangimentos no processo de ensino-aprendizagem e definir em conformidade as estratégias a implementar, até final deste período de aprendizagem, tendo um caráter essencialmente formativo.
-A última reunião deverá efectuar-se no final do ensino clínico, com o objetivo de apreciar a reflexão crítica de aprendizagem e avaliar qualitativamente as aprendizagens.

A bibliografia principal deve corresponder à bibliografia referenciada na unidade curricular de “Enfermagem de Reabilitação em Neurotraumatologia”, mais especificamente:
-AMERICAN SPINAL INJURY ASSOCIATION – International Standards for Neurological Classifications of Spinal Cord Injury (revised), Chicago: American Spinal Injury Association (2000).
-HOEMAN, Shirley P. et al - Enfermagem de Reabilitação: Aplicação e Processo. 2ª ed. Loures: Lusociência, 2000.
-ORDEM DOS ENFERMEIROS – Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa com Traumatismo Vértebro-Medular – Cadernos OE, Série I, nº2, 2009.