Pós-Graduação em Pesquisa-Ação Participativa em Saúde

A pesquisa-ação participativa em saúde (PaPS) objetiva estabelecer esta abordagem como parte integrante das estratégias locais, regionais e nacionais para atender às necessidades das comunidades, sobretudo as mais desfavorecidas, procurando soluções para as questões de desigualdade na saúde. Para tal é necessário atingir um nível de clareza conceitual em relação à PaPS.
O curso permitirá aos participantes:
-Identificar as origens da pesquisa-ação participativa a nível nacional e internacional;
-Compreender as características definidoras de PaPS, as teorias subjacentes e conceitos que sustentam essa abordagem;
-Identificar os critérios de qualidade da PaPS

Introdução e apresentação dos objectivos da formação
Panorama histórico e fundamentos teóricos da pesquisa-ação participativa em saúde
A organização e relevância social dos grupos de pesquisa em saúde
Critérios de qualidade da pesquisa-ação participativa em saúde
Como organizar um grupo de pesquisa-ação participativa em saúde

Apresentar o panorama histórico e fundamentos teóricos da pesquisa-ação participativa em saúde no início do curso permitirá aos participantes identificar as origens da pesquisa-ação participativa a nível nacional e internacional e compreender as características definidoras de PaPS, teorias subjacentes e conceitos que sustentam essa abordagem.
Os participantes, logo no início do curso, apresentam, individualmente ou em grupo, uma ideia de pesquisa que pode ser implementada na abordagem PaPS. A partir dessas ideias para projetos será enfatizado o papel das tecnologias sociais desenvolvidas por meio da pesquisa-ação participativa em saúde, a relevância social dos grupos de pesquisa e identificados os critérios de qualidade da PaPS.
A reflexão crítica que terão de desenvolver permitirá a apropriação da definição de PaPS com base científica (teórica e metodológica) e a identificação dos recursos e critérios distintivos desta abordagem.

Todo o curso será desenvolvido em b-learning com estratégias ativas de aprendizagem de conscientização e baseadas na prática e vivências dos participantes e dos formadores. Este modelo é apresentado no inicio do curso. Por isso os participantes são convidados a desenvolver, desde o início, individualmente ou em grupo, uma ideia de pesquisa que pode ser implementada na abordagem PaPS e que possibilite, com base nos achados, construir teoria sobre os determinantes sociais da saúde.
Uma exposição breve sobre o panorama histórico e fundamentos teóricos da pesquisa-ação participativa em saúde permitirá ter conhecimento sobre a origem desta abordagem. De seguida, uma exposição sobre a organização e relevância social dos grupos de pesquisa levará à reflexão sobre o escopo da PaPS e sua importância no reforço dos sistemas de saúde em todo o mundo.
O uso dos exemplos trazidos pelos formadores e pelos participantes levará à construção de mapas concetuais para cada futuro projeto de PaPS, assim como apoiará a reflexão sobre as diversas abordagens epistemológicas da pesquisa de base comunitária. Sendo a PaPS uma abordagem de pesquisa-ação que mobiliza grupos e comunidades para para lidar com as desigualdades na saúde, é feita uma reflexão sobre os critérios de qualidade que se regem por princípios diferentes da pesquisa convencional experimental ou quase experimental.
Durante esta UC os participantes são envolvidos em várias dinâmicas de grupo onde aprendem técnicas de como organizar um grupo de pesquisa-ação participativa em saúde. Esta etapa é crucial para a modificação de atitudes face à pesquisa-ação: deixar de estar centrada no pesquisador (tokenism) para integrar as pessoas no processo de pesquisa, de forma colaborativa ou colegial.
As atividades de ensino aprendizagem previstas estão documentadas num roteiro pedagógico do curso. Decorrerão em momentos presenciais (modulo inicial) e sessões on-line sincronas e assincronas. A componente de orientação tutorial permitirá apoiar a realização de atividades de aprendizagem que confluem para o objetivo geral: desenvolver um projeto de PaPS. Na avaliação serão considerados as propostas escritas e as apresentações e respetiva arguição. A avaliação da UC1 terá classificação máxima de 20 valores com a seguinte distribuição:
-Idea de pesquisa – 30%
-Reflexão crítica – 70%

As metodologias de conscientização colocam os participantes no centro da aprendizagem, motivando ao encontro entre os referenciais da PaPS, o aprendido e a prática profissional. As sessões presenciais e à distância estão descritas no cronograma (apendice 1).
No final da UC1 os participantes:
-Apresentam, individualmente ou em grupo, uma ideia de pesquisa que pode ser implementada na abordagem PaPS e que possibilite, com base nos achados, construir teoria sobre os determinantes sociais da saúde
-Elaboram uma reflexão crítica que integra a definição de PaPS com base científica (teórica e metodológica) e descreve os recursos e critérios distintivos desta abordagem

-Abma, T; Banks, S; Cook, T; Dias, S; Madsen, W; Springett, J; Wright, MT (2018) Participatory Research for Health and Social Well-Being. Rotterdam: Springer.
-Berardinelli,  L. M., Miranda, N. A., & Brito, I. S. (2019). Empoderamento, interdisciplinaridade e pesquisa-ação participativa no cuidado às pessoas que vivenciam fibromialgia e suas famílias. Dor crônica e fibromialgia: Uma visão interdisciplinar. Curitiba, Brasil: CRV.
-Brito, I., et al. (2018). Participatory health research in the education of health and social work professionals. In M. T. Wright, K. Kongats, Participatory health research, voices from around the world (pp. 41-54). New York, NY: Springer.
-Brito, I., et al. (2018). Participatory health research international experience from four portuguese-speaking countries. In M. T. Wright, K. Kongats, Participatory health research, voices from around the world (pp. 219-238). New York, NY: Springer.
-International Collaboration for Participatory Health Research. (2013). Position Paper 1: What is participatory health research? Version: Mai 2013. Berlin, Germany: Author. Recuperado de  http://www.icphr.org/uploads/2/0/3/9/20399575/ichpr_position_paper_1_defintion_version_may_2013.pdf>
-M. T. Wright, K. Kongats, Participatory health research, voices from around the world (pp. 219-238). New York, NY: Springer. In https://doi.org/10.1007/978-3-319-92177-8
-Sheikhattari, P., Kamangar F., How can primary health care system and community-based participatory research be complementary? (2010). International Journal of Preventive Medicine. 1(1):1-10
-Kamangar, F., Silver, G., Hohmann, C., Hughes-Darden, C., Turner-Musa, J., Haines, R. T., ... & Sheikhattari, P. (2017, December). An entrepreneurial training model to enhance undergraduate training in biomedical research. In BMC Proceedings (Vol. 11, No. 12, p. 18). BioMed Central.