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Professor Armando Silva conclui doutoramento: 14,6% dos estudantes da região centro têm estilos de vida inadequados para a saúde

 

O professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Armando Manuel Marques Silva, prestou provas de doutoramento em Enfermagem, tendo obtido a classificação de Magna Cum Laude (com grandes honras, o correspondente a um nível académico não inferior a 18 valores) por unanimidade, ao defender, no dia 29 de dezembro, na Universidade Católica - Porto, a tese “Estilos de Vida em Estudantes do Ensino Superior”.

 

 

De acordo com os resultados do trabalho de investigação, há «uma prevalência de um estilo de vida inadequado para a saúde em 14,6% dos estudantes», afirma Armando Silva, que para este estudo teve por base uma amostra de 4314 estudantes do ensino superior da região centro de Portugal.

Segundo revela o professor a ESEnfC, «os domínios mais deficitários do estilo de vida» dos jovens que constituíram a amostra situaram-se ao nível da reduzida «atividade física e [de] associativismo», do «trabalho», do «tipo de personalidade» e da «nutrição».

No indicador atividade física, em resposta ao item “ando no mínimo 30 minutos diariamente”, 18,2% dos estudantes revelaram que “quase nunca” caminham, sendo que 8,4% não realizam qualquer “atividade física (andar, subir escadas, tarefas domésticas, fazer jardinagem) ou desporto”.

Relativamente à vida associativa, 65,4% “quase nunca” participam ativamente como “membro de um grupo comunitário e/ou de autoajuda (doentes crónicos, voluntários, religião, desporto…)”.

Quanto ao trabalho, 33,5 % disse sentir que “frequentemente” anda “acelerado e/ou atarefado” e 8,6% dos inquiridos mostra que “quase nunca” se sente feliz com o trabalho e as atividades que desenvolve – neste parâmetro só 49,3% se sente feliz “às vezes”.

A nutrição dos estudantes do ensino superior na região Centro é outra preocupação: 31,3% “quase nunca” come “duas porções de verduras e três de frutas diariamente” e 14,5% revela ingerir “frequentemente” alimentos hipercalóricos (doces e/ou salgados) ou fast-food.

Contrariamente, «as variáveis preditivas de um estilo de vida adequado foram: média reduzida de saídas à noite para atividades recreativas e de gasto por cada saída, satisfação com a imagem corporal, elevada autoestima e um elevado bem-estar psicológico», nota, ainda, o professor Armando Silva.

O trabalho de doutoramento “Estilos de Vida em Estudantes do Ensino Superior” foi desenvolvido por três etapas, ao longo de cerca de quatro anos, sendo que a segunda etapa (estudo exploratório para caracterização dos estilos de vida) foi realizada no ano letivo e 2012-2013, junto de 4314 estudantes na faixa etária dos 18-25 anos, a frequentarem licenciatura ou mestrado integrado, em 12 instituições do ensino superior (oito públicas e quatro privadas) dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria e Viseu.

A primeira etapa do estudo centrou-se na tradução, adaptação e validação (da versão chilena) do questionário “Estilo de Vida FANTÁSTICO” (originário do Canadá), numa amostra de 707 estudantes do ensino superior.

Já na última etapa do estudo, foi aplicado um questionário com questões fechadas e abertas a uma subamostra de 189 estudantes da segunda etapa, via online, averiguando da utilidade do instrumento como estratégia de automonitorização.

«Observou-se que existe um incremento significativo na avaliação do score do estilo de vida entre os momentos antes e depois: os estudantes que verificaram o resultado obtido, realizaram o download do flyer, sobre ele refletiram e analisaram, melhorando o seu estilo de vida no segundo momento», constata o professor Armando Silva.

O investigador da ESEnfC sugere, por isso, a aplicação deste instrumento a todos os estudantes do ensino superior, sobretudo recém-ingressados, não só para promoção de processos de automonitorização de estilos de vida, como para orientação de ações de promoção da saúde em contexto escolar.

 

[2018-01-08]

 


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