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ESEnfC com novo plano de estudos na licenciatura, ajustado ao futuro dos cuidados de saúde

 

Tem início, já no próximo ano letivo (2020-2021), na Escola de Coimbra, uma renovada licenciatura em Enfermagem, assente num plano de estudos ajustado aos atuais desafios mundiais em matéria de cuidados de saúde e mais direcionado para o trabalho na comunidade.

 

 

Fatores como o aumento da esperança média de vida das populações, o maior número de doenças crónicas, ou as novas epidemias e pandemias, tantas vezes ligadas às alterações climáticas e à globalização, ditaram a necessidade de a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) rever e atualizar o anterior plano de estudos do curso de 1º ciclo, em vigor há 12 anos na instituição.

Ananda Fernandes, diretora do curso de licenciatura em enfermagem (CLE) da ESEnfC, considera que «os enfermeiros têm de estar preparados para trabalhar em novos contextos», com «a área dos cuidados domiciliários» a ter de «ser mais desenvolvida, quer no apoio aos doentes crónicos, qualquer que seja a sua idade, quer na assistência a pessoas com algum tipo de dependência no autocuidado e aos seus familiares».

Mas também a presença preventiva de profissionais de enfermagem em «ambientes onde até aqui não tem sido muito frequente», como creches ou berçários – já não apenas em lares de idosos –, bem como na generalidade dos estabelecimentos educativos, remete para uma «mudança no esquema de pensamento dos futuros enfermeiros, que não pode ser o de se prepararem apenas para ir trabalhar numa instituição», mas que «tem de ser o de se prepararem para apoiar as pessoas no seu autocuidado e gerirem os cuidados de enfermagem no meio onde elas vivem», sustenta a professora Ananda Fernandes.

Como grandes inovações deste plano de estudos, destacam-se, por exemplo, o ensino clínico comunitário com enfoque em determinantes sociais de saúde, a prevenção de infeções ligadas aos cuidados de saúde, a enfermagem em cuidados paliativos, os modelos de gestão da doença crónica e a enfermagem em situação de emergência e catástrofe.

O renovado CLE da ESEnfC mantém uma grande componente de formação clínica em contexto de ação, com a novidade de os ensinos clínicos e estágios começarem logo no primeiro ano curricular, visando «uma integração teórico-prática muito forte», segundo explica o professor Paulo Queirós, presidente do Conselho Técnico-Científico da ESEnfC.

O novo plano de estudos do CLE da ESEnfC «desenvolve-se com um conjunto de unidades curriculares no âmbito das ciências da saúde (anatomofisiologia, bioquímica-biofísica, microbiologia, nutrição e dietética e farmacologia), mas também no âmbito das ciências sociais e do comportamento, como seja socio-antropologia da saúde, psicologia da saúde e psicologia do desenvolvimento», ou ainda «disciplinas específicas das ciências de enfermagem, nos diversos ambientes e contextos, e disciplinas como pesquisa e organização do conhecimento, metodologias de investigação, entre muitas outras», enumera o presidente do Conselho Técnico-Científico da ESEnfC.

O reforço da componente de práticas laboratoriais de enfermagem e «a utilização de simulação clínica em centros devidamente equipados, de forma a permitir um ingresso nos contextos clínicos reais com os estudantes melhor preparados, quer em técnicas de comunicação, quer em técnicas mais instrumentais, quer nas dimensões éticas e de segurança dos cuidados» foram, também, aspetos tidos em conta no novo plano de estudos da licenciatura.

A formação no âmbito da ética, com uma unidade curricular logo no primeiro ano (outra novidade), a ser consolidada mais tarde, no quarto e último ano do curso, também esteve presente nesta reforma curricular.

«Queremos formar profissionais de enfermagem tecnicamente fortes, cientificamente bem preparados e sob o ponto de vista ético bem capacitados para o juízo constante das suas ações», advoga Paulo Queirós.

De acordo com a diretora do CLE, Ananda Fernandes, «também neste novo enquadramento a investigação é um pilar essencial no percurso profissional dos futuros enfermeiros», que «desde a entrada no curso» da ESEnfC, têm «acesso à participação em equipas da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, para compreenderem a forma como o conhecimento de enfermagem é produzido e acompanharem o processo desde a sua produção até à sua utilização».

«Essa translação do conhecimento tem de ser acelerada e será melhorada se, desde o início, o estudante entender como se faz e para que serve a investigação», salienta a também diretora do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde para a Prática e Investigação em Enfermagem sediado na ESEnfC.

 

[2020-07-24]


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